Por sugestão de um especialista em BPM e entusiasta da
minha inserção e foco nesta área de estudo, li este livro escrito em 2000 e
pude comprovar total coerência conceitual (sem preciosismos técnicos) com os
conteúdos abordados atualmente, inclusive com o próprio livro BPM&BPMS
(Cruz, Tadeu, 2010). Como o conceito de workflow é uma das competências
centrais da aplicação de um BPMS e este está presente em boa parte de
iniciativas BPM atuais, resolvi antes de devolver o livro, fazer um resumo para
usar como referência teórica futura, talvez para um TCC ou mesmo para
comparação de padrões.
Aos mais familiariazados com o assunto, acdetido que um
resumo assim seja interessante para lembrar conceitos e história das nossas
iniciativas BPM, hoje muito mais evoluídas.
Curz, Tadeu:
WORKFLOW: A
TECNOLOGIA QUE VAI REVOLUCIONAR PROCESSOS
Tadeu Cruz – 2. Ed. – São Paulo : Atlas, 2000
ISBN 85-224-2618-X
FUNDAMENTOS
Alguns fatores facilitaram a disseminação do assunto
“processo” entre as empresas. Dois deles goram a Reengenharia (termo que
designa o conceito de rever o processo ao implantar uma tecnologia) e a ISO
9000, que estabelece um padrão de qualidade que tem como pressuposto a
documentação dos processos rodutivos.
A hierarquia de processos baseia-se em processo,
subprocesso, atividade, procedimentos e tarefas. Estes estão ordenados de mais
para menos abrangentes, sendo um uma especificação do outro.
ATIVIDADES PRINCIPAIS: São as que participam diretamente
na produção do serviço ou insumo. Na visão do autor, estes são grupos
relacionados a atividades primárias:
·
Logística
·
Produção
·
Vendas
·
Serviços
ATIVIDADES CRÍTICAS são aquelas que, por algum dos
predicados determinam sua flexibilidade menor em relação às demais:
·
Tempo de início
·
Criticidade da matéria prima
·
Criticidade do equipamento
·
Tempo de produção
·
Tempo de término
Nas ATIVIDADES SECUNDÁRIAS encontram-se outros grupos de
apoio ao negócio:
·
Infra-estrutura (administrativo, financeiro,
contábil, planejamento...)
·
Recursos humanos
·
Tecnologia da informação
·
Compras
·
Qualidade
Os PROCEDIMENTOS devem indicar alguns parâmetros da
atividade (são o DNA, segundo o Autor):
·
Onde começa e onde termina?
·
Qual evento dá início?
·
De que forma ela deve ser executada?
·
Quais ferramentas devem ser usadas?
Nas TAREFAS é que estão contidas as instruções em seu
maior grau de detalhe.
ORGANIZAÇÃO,
CULTURA E WORKFLOW
Criar um EMPOWERMENT é, além de entender e cultura da
empresa, fazer um movimento para a fim de que os funcionários se sintam
defensores e não vítimas da mudança.
Na CURVA DE APRENDIZAGEM E ACEITAÇÃO DO WORKFLOW, o PONTO
DE INFLEXÃO é considerado aquele esforço inicial (estimado em três meses) para
colocar a tecnologia no ar, onde ocorre uma quebra de paradigma e oferece risco
crítico ao projeto. Neste ponto deve-se capacitar bem todos os envolvidos e
dedicar o dobro de esforço/atenção.
O PONTO DE SATURAÇÃO ocorre entre o primeiro e o segundo
ano. Assim como podemos observar em outras áreas como serviços de TI, após um
período a curva de melhora tende a estabilizar e o valor agregado tende a ser
menos percebido.
O PONTO DE REVITALIZAÇÃO é a fase em que outro movimento
é feito a fim de promover melhorias e dar uma sobre-vida á tecnologia.
Em um PROCESSO DE MUDANÇA, passamos pelas fases de Rejeição,
Boicote, Aceitação e Cooperação. Na REJEIÇÃO, procure aliar-se àqueles
favoráveis à mudança e ressaltar as vantagens do novo sistema. O BOICOTE é a
fase mais perigosa, pois as pessoas tendem a trabalhar contra. Na ACEITAÇÃO,
ainda não há elementos para que a tecnologia seja alavancada. Para tal é
necessário a COOPERAÇÃO dos usuários.
O ACOMPANHAMENTO DURANTE o processo de mudança é uma
oportunidade de ganhar aliados, bem como de colocar tudo a perder. Estar ao
lado do usuário quando as dúvidas surgirem é evitar que uma dúvida se torne uma
insegurança e se propague para a organização, afetando diretamente os
resultados.
FUNDAMENTOS DO
WORKFLOW
PROCESSO ATIVO é o conceito no qual o processo no qual as
atividades não esperam que cada agente/usuário vá ao seu encontro para que
sejam executadas. Nele o processo/tecnologia é que cobra o usuário.
WORKGROUP é um modelo baseado em informação que propicia
o trabalho em conjunto. Isto não necessariamente quer tecnologia, pois um
arquivo de papéis também serve para que usuários compartilhem os mesmos
arquivos.
GROUPWARE, por sua vez, é a tecnologia que permita que
grupos de pessoas trabalhem de forma colaborativa, devendo conter certos
componentes como calendário e suporte para telecomunicações.
O WORKFLOW está dentro do grupo de grande volume de
dados, documentos e formulários do Guarda-Chuva do Groupware.
O DOWNSIZING vem ocorrendo tanto na estrutura
organizacional, onde o número de cargos de gestão vem diminuindo com o suporte
do desenvolvimento dos próprios modelos de gestão, assim como na tecnologia o
surgimento dos micro computadores e das redes LAN possibilitou a migração do
modelo Mainframe-Terminal para Cliente-Servidor.
Os TIPOS DE WORKFLOW são referenciais teóricos que ajudam
a fixar o conceito Workflow e desvinculá-lo a uma tecnologia ou outra.
O primeiro tipo (AD HOC), o foco está no acionamento
coletivo e individual dos responsáveis pelas tarefas. Um exemplo deste é um
sistema de e-mails.
O segundo tipo (PRODUÇÃO/TRANSAÇÃO), há uma preocupação
com um grande volume de dados e a estruturação dos mesmos. É nesta fase que
entram os formulários.
O terceiro tipo (ADMINISTRATIVO) abrange o processo
administrativo, seus procedimentos e roteamentos. Neste caso, podem entrar
planilhas e documentos que descrevem rotinas e implementam formulários, não
necessariamente complexos como no tipo produção/transação.
O tipo ORIENTADO PARA OBJETO refere-se ao aproveitamento
de conjuntos de informações, como os dados cadastrais de um cliente na abertura
de uma ocorrência de atendimento. Este tipo de tecnologia tem características
muito particulares como encapsulamento, direito de herança e integridade
referencial.
O tipo BASEADO NO CONHECIMENTO, além de contar com regras
de negócio, também baseiam-se em informações históricas para tomadas de
decisão. Neste ponto entra a aplicação de inteligência artificial e abre-se um
leque para tecnologias ainda em desenvolvimento, como análise baiesiana, já
utilizada atualmente em softwares de anti-spam. Também podemos ver outras áreas
de conhecimento como Aknowlagement Case Management, que se apoiam em tecnologia
no sentido de tomada de decisão mediante estudo de caso e com base em dados
passados.
ESTRUTURA DO
WORKFLOW
Quanto ao PAPEL (Role), há uma ressalva na diferenciação
entre PAPEL USUÁRIO, que é pessoal e instransferível e PAPEL FUNÇÃO, que está
relacionada às atribuições deste perfil de usuário dentro dos processos e,
consequentemente, dentro do sistema de workflow. A METODOLOGIA P3Rs apresenta
uma preocupação específica em descrever o nome, responsabilidades e resultados
(Roles, Responsabilities, Results) esperados do papel função.
Quanto às REGRAS, a maior preocupação evidenciada é de
definir de forma clara as informações sobre início e fim de atividade de uma
tarefa ou processo e os elementos citados são início, tempo, atividade
anterior, execução, notificação, atividade posterior, segurança, auditoria e
término.
Nas ROTAS, podemos ter caminhos seriais, paralelos, concorrentes,
condicionais ou dependentes. Hoje podemos notar estes claramente cobertos pela
notação BPMN, que não exisitia quando o livro foi escrito.
TEMPO, EVENTO não outros elementos que afetarão diretamente
na execução do workflow.
OBJETO é o agrupamento de regras, procedimento e
informações, conceito hoje bem difundido com a orientação a objetos (OO) e
bancos de dados relacionais.
DOCUMENTOS INTELIGENTES
INTRANET/EXTRANET
WORKFLOW E EQUIPES VIRTUAIS é basicamente a relação do
workflow com a estrutura dinâmica de equipes virtuais, como gestão por
projetos.
ARQUITETURA
WORKFLOW
HARDWARE – Rede, Computador e estrutura cliente-servidor.
A estrutura de hardware do servidor deve implicar na aplicação e no banco de
dados.
SOFTWARE
Na PARTE CLIENTE temos o módulo com ferramentas para
desenho, ativação e roteamento e verificação do workflow.
Na PARTE SERVIDOR contamos com o gerencimaneto dos
serviços de workflow, de banco de dados e transporte de mensagens e
comunicações, como e-mails e mais atualmente o envio de SMS, por exemplo.
Em um software, vamos encontrar elementos para
parametrização dos itens de estrutura e arquitetura citados. A exemplo do software
Ultimus (ano 2000) temos módulo para desenhar o processo (designer), definir
papéis (organization chart), adicionar e gerenciar o status de processos
(administrator), integrar aplicações (agents e floatstation) e utilizá-lo como
ferramenta de execução do processo (client).
IMPLANTAÇÃO DO
WORKFLOW
O cliclo de implantação do workflow propõe etapas bastante
comuns ao que se pode ler hoje em dia sobre técnicas de análise de processo e o
clássico método PDCA: análise (as-is), projeto (to-be), implementação (parametrização
do software), implantação (produção) e atualização (acompanhamento, medições).
Quanto à IMPLANTAÇÃO, há um cuidado sugerido que é “Pense
grande, mas comece pequeno”, no sentido de inserir a tecnologia conforme
pequenas partes já se apresentam implantadas e minimamente adaptadas.
Na ATUALIZAÇÃO, está inclusa uma revisão do processo,
agora com o apoio da nova tecnologia utilizada. Nesta revisão e atualização,
pontos importantes podem ser levantados para possíveis melhorias como maximizar
captura de dados, número de atividade, documentação em papel, e número de
formulários.
MODELO REFERENCIAL
Aqui constam alguns itens-padrão para Workflow previstos
pela WfMC.
API como um meio de comunicação para transmissão de
dados/documentos durante a execução do software.
O modelo de referência fi concentrado em seis itens:
·
Ferramentas para definição de processo;
·
Servidor, runtime do software Workflow;
·
Interface com o usuário;
·
Links com outras aplicações;
·
Ferramentas que passam e recebem trabalho entre
aplicações
·
Ferramentas que monitoram fluxo de trabalho
automatizado.
Quanto a FERRAMENTAS PARA DEFINIÇÃO DE PROCESSO,
diferente da ausência de uma padrão oficial (WfMC) em 2000, hoje temos este
conceito bem fixado com o padrão BPMN + XML.
Nos SERVIÇOS PARA ATIVAÇÃO DO WORKFLOW, encontraremos a
interface básica para operação do fluxo de trabalho, com interface para
executar tarefas e gerenciar lista de trabalho.
Os itens descritos acima são pontos de atenção
determinados e nomeados:
·
Importaão e exportação da definição do processo;
·
Interoperabilidade do processo;
·
Chamada de ferramentas;
·
Cliente Workflow
·
Gerenciamento de situação